Biografia

Resenha: Sonho Grande

27 junho


Sinopse: Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira ergueram, em pouco mais de quatro décadas, o maior império da história do capitalismo brasileiro e ganharam uma projeção sem precedentes no cenário mundial. Nos últimos cinco anos eles compraram nada menos que três marcas americanas conhecidas globalmente: Budweiser, Burger King e Heinz. Tudo isso na mais absoluta discrição, esforçando-se para ficar longe dos holofotes. A fórmula de gestão que desenvolveram, seguida com fervor por seus funcionários, se baseia em meritocracia, simplicidade e busca incessante por redução de custos. Uma cultura tão eficiente quanto implacável, em que não há espaço para o desempenho medíocre. Por outro lado, quem traz resultados excepcionais tem a chance de se tornar sócio de suas companhias e fazer fortuna.
Sonho grande é o relato detalhado dos bastidores da trajetória desses empresários desde a fundação do banco Garantia, nos anos 70, até os dias de hoje.

Sabe aquela sensação de que o Brasil não vai pra frente, que o brasileiro é medíocre e nunca vamos superar as grandes potências que todos nós acreditamos sempre? Os sujeitos deste livro não sabem. Sonho Grande é uma biografia não autorizada sobre três empresários brasileiros (e todos os grandes talentos que eles foram lapidando pelo país afora) que nunca foram movidos por dinheiro e sim por sonhos, e assim nunca pararam, sendo hoje donos (maiores sócios) de grandes nomes que você acredita serem norte americanos. Ele conta como do zero, se tornaram donos da maior cervejaria do mundo e de quebra algumas das maiores marcas dos EUA, com sua cultura forte e sua receita simples de sucesso (que parece até mágica). Ler a trajetória desses caras faz você entender que não precisa ser rico nem estudar fora do país pra fazer coisas grandes. E como dizia Jorge Paulo Lemann (pessoa mais rica do Brasil por 4 anos consecutivos) sonhar grande dá o mesmo trabalho que sonhar pequeno, então porque sonhar pequeno? O livro ensina muitas coisas boas de aplicar desde as pequenas coisas até os níveis empresariais, conta toda a trajetória (inclusive os “tiros errados” e os riscos) e, de quebra, traz uma sensação muito gostosa ao rir de certas situações e se orgulhar de tantas outras. Eu não sei vocês, mas são essas pessoas aqui que me fazem me orgulhar do Brasil, gente que contorna as adversidades, que leva o time junto pra crescer e deixa marcas de sucesso por onde passa, criando gerações cada vez maiores de gente capaz e com sede, que quer fazer mais e melhor. Meus ídolos são os brasileiros campeões de campeonatos acadêmicos/científicos que nadam contra a maré (Battlebotz e Neurociências), são os empreendedores que vão lá e mostram que competitiva é a nossa cultura (a cultura que eles empregam nas empresas, e que todos nós devíamos aprender). Mais que um livro de empreendedorismo ou uma biografia, este é um almanaque nacional do “você pode, vamos juntos”. Além disso, esses caras reinvestem em fundações e na educação pública nacional (Fundação Estudar, Fundação Zerrenner, Endeavor Brasil), fazendo muito mais pelo Brasil (falem mal das empresas privadas gananciosas e egoístas agora) que muitos políticos e até cidadãos. Então larga essa síndrome de cachorro vira-lata que todo brasileiro tem, porque o Burguer King, a Budweiser e a Heinz são de brasileiros, e se reclamar, eles vão comprar a Coca, a Pepsico (dona da Pepsi), a Unilever e a P&G (uma já até teve oferta). Recomendo demais esse livro para todos os brasileiros (principalmente os jovens), leitura flui demais e dá gosto de ler.
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Biblioteca Azul

Resenha: A Redoma de Vidro

20 junho


A Redoma de Vidro romance escrito por Sylvia Plath foi uma das melhores leituras que fiz esse ano e confesso que precisei de um tempo para conseguir escrever essa resenha, não é pelo fato da escrita ser difícil e sim por se tratar de um livro tão intenso e que me deixou extremamente confortável com assuntos tão densos como depressão e suicídio.  Eu precisei de um tempo a mais para refletir sobre todo o seu conteúdo e acredito que jamais conseguirei expressar o máximo da sua essência em palavras, mas irei tentar.
Esther Greenwood é uma jovem do interior estudiosa e que sempre se destacou, até que um dia vê sua vida se transformando ao conseguir um estágio em uma famosa revista em Nova York. Essa nova experiência iria permitir Esther a conhecer uma nova cultura, pessoas novas, viver em um mundo glamouroso e ter uma grande experiência profissional, porém o que parecia promissor acaba despertando uma torrente de sentimentos que desencadearia uma depressão.
É tão leve e tão poética a forma como o enredo vai avançando que essa transição em que a depressão vai sendo desencadeada é passada de forma natural, a forma como os sinais vão aparecendo me envolveram no universo de Esther, compreendi-a e senti junto a ela todos os transtornos causados por essa doença. É extremamente fácil se conectar a protagonista, ela é real, sincera, uma pessoa tão comum. De forma progressiva ela deixa de lado seus sonhos e começa a tentar encontrar formas para cessar o seu sofrimento.
Algumas pessoas classificam esse livro como autobiográfico já que a autora passou por diversas situações similares às da protagonista, inclusive na época em que estava escrevendo-o foi submetida a tratamentos para melhorar a sua condição e por fim, acabou optando pelo suicídio aos trinta anos. Quando um assunto está em foco é necessário debater e entender que depressão é uma doença e que precisa ser cuidada da maneira certa.  Muitos avanços foram feitos nos tratamentos psiquiátricos que antes chegavam a ser medonhos, hoje em dia, é possível encontrar formas de acordo com cada caso e além disso, é importante ter o apoio de familiares e amigos.
O livro fala como eram os tratamentos psiquiátricos na época, muitas vezes pacientes que não tinham condições de serem internados em clínicas ficavam reclusos em áreas isoladas de hospitais, as quais lembravam um porão. Aborda ainda sobre a lobotomia - procedimento cirúrgico amplamente usado antigamente para o tratamento de pacientes esquizofrênicos - e tratamentos de choque. Esse último foi uma surpresa ao saber que não foi extinto como eu imaginava, já naquela época quando ministrado de forma correta o procedimento se torna indolor e pode apresentar resultados favoráveis.


Um livro intenso, cheio de nuances, sincero, com um tema relevante e com uma escrita fluida que me impressionou, um retrato real de como uma pessoa que sofre com a depressão pode ir de um estado ao outro de forma sutil, sem ao menos perceber qual o rumo está tomando. Essa não é uma leitura que aconselho para uma pessoa que esteja passando por uma fase difícil, pois acredito não irá ajudá-los, acho que é melhor reservá-lo para um momento mais adequado e mergulhar nesse universo sabendo o que o espera.


A vida de Sylvia Plath pelo pouco que pesquisei é bem interessante e sem dúvidas pretendo me arriscar tanto em suas poesias como em seus diários, além disso, há diversas biografias publicadas sobre a autora e acredito que serão leituras ainda mais densas e surpreendentes.
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HQs/Mangás

Resenha: Esquadrão Suicida - Vivendo no Limite

17 junho



Sinopse: Algo de podre no esquadrão Enquanto os integrantes da Força-Tarefa X – mais conhecida como Esquadrão Suicida – tentam se recuperar da desastrosa missão em Gotham City, um segredo sombrio vem à tona com a descoberta de um traidor dentro da equipe. Treinado por Regulus, o líder de uma organização terrorista, o sabotador tem ordens de eliminar Amanda Waller e expor o Esquadrão. Em meio a isso, o grupo é incumbido de caçar e prender o misterioso meta-humano Mitch Shelley, também chamado de Ressurreição. No entanto, isso pode se revelar mais mortal do que se pensava, além de fazer parte do plano suicida de Waller para deter Regulus. Reunindo as edições originais Suicide Squad 8-13 E Resurrection Man 8-9 Em 188 páginas, este volume apresenta uma história que revira as entranhas do Esquadrão Suicida, bem como os coloca em uma de suas missões mais letais. O roteirista ADAM GLASS (da série de tevê Supernatural), com a ajuda dos Artistas Federico Dallocchio (Starcraft) e Fernando Dagnino (Superman), traz uma aventura recheada de ação e insanidade como só poderia ser em se tratando desta equipe.

Explosivo. Se tivesse que definir em uma palavra essa HQ, seria assim. O segundo encadernado dos bad guys da DC na série os novos 52 dá continuidade a Esquadrão Suicida: Chute na Cara (tem resenha dele aqui no blog, se não leu corre lá e confere rapidinho clique aqui). Se você gostou do primeiro, deve amar este aqui por vários motivos. O primeiro motivo é que ele tem muito mais ação que o primeiro (e o primeiro tem um pouco de ação já , então...). O segundo é que ele tem mais consistência na história e é cheio de plot twists de dar até infarto de tão emocionante. O terceiro é que o esquadrão faz menos rotação de membros que no primeiro encadernado, então dá pra acompanhar melhor quem é quem e qual a história de fundo de cada um. O título original é Basilisk Rising, mas adaptá-lo ao invés de somente traduzir serviu muito melhor. Isso porque vivendo no limite descreve exatamente a situação: Um esquadrão com membros desgastados, pirando, de saco cheio, cuja líder também não está nada bem. Os personagens são legais, diferentes e as situações bem exploradas. E tem ação o tempo inteiro. Não tem um minuto de descanso para esses vilões. Vivendo no limite não fecha o cerco. Ao contrário, deixa a história muito aberta para uma sequência (exatamente como no primeiro, quem leu vai entender). Super recomendado (junto com o primeiro, pra entender tudo), essa série do Esquadrão nos novos 52 tem tudo pra dar muito certo, trabalho de primeira do roteirista Adam Glass. Corre lá e confere pra ver do que estou falando.


Curiosidade: Por ser composto pelos mensais 8-13 de suicide squad e 8-9 de Resurrection Man, dá pra notar que Amanda Waller e a Dra. Visyak mudam drasticamente na arte de Resurrection Man. Entretanto não tem muita diferença nos membros do esquadrão. Confira as fotos pra ver.
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Contos de Fadas

Resenha: A Bela e a Fera

12 junho


Título: A Bela e a Fera - Autores: Madame de Beaumont e Madame de Villeneuve - Editora: Zahar - Edição:2016 - Páginas: 240 - Classificação:✩✩✩✩✩
Hoje o post é especial para o dia dos namorados, por isso decidi trazer a resenha do livro “A Bela e a Fera” que traz uma das histórias de amor mais bonita dos clássicos, um livro que chama a atenção para a bondade, gratidão e beleza interior. Escolhi a edição publicada pela Zahar por conter duas versões dessa história, a mais popular escrita por Madame de Beaumont e a versão original escrita por Madame de Villeneuve. As duas versões são sensacionais e sem a menor sombra de dúvidas deveria ser lida por todos os admiradores dos contos de fadas.
Se você está pensando que esse é mais um livro infantil, que traz apenas uma mensagem rasa sobre não julgar uma pessoa pela aparência, você está enganado(a). A versão de Madame de Beaumont possui um enredo bem mais simplista, porém apresenta seus encantos para as mais diversas faixas etária e por se tratar de uma versão mais curta e com a quantidade de personagens reduzidas é a mais indicada para o público infantil. Já a versão original traz uma trama composta por diversos personagens, bem enlaçada e bem justificada, temos a história em três perspectivas diferentes primeiro da Bela, seguida pela Fera e por fim, de uma fada benfeitora.
As duas obras possuem em comum o contraste entre a beleza externa e a interna entre os personagens, as irmãs da Bela são donas de uma beleza inegável, porém por dentro são fúteis e invejosas, já a Fera possui uma aparência animalesca e apesar dos atos rudes possui um grande coração repleto de generosidade. A Bela é encantadora, dotada de talentos, bondade e não é preciso mencionar sua beleza, ela se vê em uma situação que se sente incubida de salvar a vida do pai, mesmo que isso signifique sacrificar a própria vida. É através do convívio com a Fera que aos poucos ela vai descobrindo o amor e valorizando outras coisas além da aparência física. Além disso, a Bela tem um papel de humanizar a Fera, deixá-la mais dócil e com atitudes mais humanas.
Madame de Villeneuve inseriu em sua obra conflitos de interesses entre fadas e distinções de classes sociais. Como mencionei no início desta resenha, a sua história é redonda, bem enlaçada e minimamente justificada, é apresentado o motivo da Fera ter sido aprisionada em uma aparência animalesca, mas também é apresentada a história da fada que o aprisionou, além disso, um segredo sobre o passado e as origens de Bela é revelado.
As duas versões possuem uma escrita fluida, que chama a atenção pela riqueza de vocabulário e pelas belas mensagens deixadas como lição. É possível realizar a leitura de uma só vez, independente do fato que a versão original tem uma estrutura que se assemelha mais a um romance devido aos diversos níveis apresentados e ser um pouco mais longa que a versão popular, ainda é possível realizar a leitura em poucas horas.
A edição da Zahar possui uma apresentação no início que conta um pouco mais sobre a vida das duas autoras, traça uma comparação entre as obras e fala um pouco sobre outros contos inspirados nessa história incrível.
Preciso ainda mencionar que a primeira é a que mais se aproxima do que é apresentado na versão de desenho animada que se tornou popular nos anos de 1990 e foi produzida pelo estúdio Disney, logo acredito que seja a mais fácil de agradar um maior número de leitores. Eu ainda não assisti a versão protagonizada por Emma Watson, mas em breve irei vê-la e espero ter a oportunidade de fazer um review aqui no blog. A segunda já é uma versão mais adulta com grandes intrigas e muitos detalhes.



Este é um livro que recomendo a todos que gostam de um bom romance, principalmente dos eternizados em contos de fadas, mesmo que já tenha conhecimento de ao menos de uma versão a leitura será recompensadora. A leitura é leve e agradável.
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Voltando ao Blog

08 junho

Olá pessoal, tudo bem?
Primeiramente gostaria de pedir desculpas por não ter postado nada aqui durante tanto tempo, mas tenho uma explicação e gostaria de compartilhá-la com vocês. Quando criamos o blog, nossa intenção era poder compartilhar nossas opiniões sobre os livros que gostamos e durante um bom tempo fizemos isso. Porém, a rotina começou a impedir que déssemos continuidade da maneira como gostaríamos.  No meu caso, fiquei atarefada com a faculdade e o estudo de dois idiomas. Bom, dei algumas dicas para ler em inglês aqui no blog e em breve quero falar da minha experiência com o espanhol também. Por isso, as leituras foram diminuindo, mas sempre que tenho tempo, estou lendo um livro. Esse ano de 2017 está sendo muito especial por causa do meu projeto de Leituras Transformadoras em que estou adotando novos tipos de gêneros literários para ler também. Não estou lendo somente romances, mas aventuras, biografias, suspenses e ainda espero poder ter a oportunidade de dividir tudo isso com vocês.
Estou voltando ao blog, mas não é de uma vez, porque esse mês é o mais difícil devido as obrigações da faculdade e alguns cursos que estou fazendo, mas aos poucos publicarei aqui. Não sei como será daqui pra frente, mas espero continuar dividindo diversas experiências literárias com vocês. Estamos planejando uma nova fase para o blog e esperamos que estejam junto conosco. Abraços!

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